sábado, 15 de setembro de 2012

Puta da crise

Estou farta. Estou cansada. Cheguei ao limite e quero explodir de uma vez por todas. Chega de discursos articulados e bonitinhos para um mundo a fingir. São todos uma cambada de mentirosos que vivem num mundo cor-de-rosa que não existe. ACORDEM. 

2012 deveria ser o ano mais feliz da minha vida. O ano em que nasce o meu primeiro (e graças a uma cambada de energúmenos o último) filho. Não foi um filho feito para receber subsídios. NÃO. Foi um filho feito com amor. Duvido que saibam o que isso é, seus políticos de meia tigela. E sonhava eu ter 5 filhos.... acordei entretanto com a notícia de que em 2030 49% dos portugueses terão mais de 50 anos. E queria eu ter 5 filho...idiota.
 
Fiquem a saber: 2012 está a ser o pior ano da minha vida. O vosso "cor-de-rosinha" e "azulinho celeste" para mim é negro. Já nem cinzento é. É mesmo NEGRO. E dizem que sou de uma geração à rasca, hã? À rasca? Eu sou de uma geração de merda. Sou de uma geração que nunca vai ser nada na vida, que nunca vai conseguir dizer "isto é meu" (porque não é! é dos filhos da %&#a do banco...). Nunca vou chegar aos calcanhares da geração dos meus pais. Estudei 17 anos para quê? 17 anos sem nunca perder um único ano, 17 anos com esforço meu, mas principalmente, dos meus pais. E então? Trabalho no que gosto sim, e suo a minha camisola (e não só) muitas vezes mais do que as 8 horas de trabalho diario, mas recebo ao fim do mês uma ninharia que não dá para NADA. E agora vêm os 7%. Ó gente que se diz importante e que manda neste pais: em 2013 quase que vou ter que PAGAR PARA IR TRABALHAR. Não é receber por trabalhar. É pagar para trabalhar. Não sou sobrinha de nenhum ministro, mea culpa.... Não posso receber mais do que uma porcaria ao final do mês, mea culpa.... E a culpa é minha? Sou eu que não faço por isso? NÃO, não sou. São vocês que nos cortam as pernas e nos fazem recuar quando podíamos avançar. Ah e também não posso chegar ao pé do meu patrão e dizer que se não me der mais dinheiro me vou embora para o vizinho do lado. Sabem porquê? Porque ele me diz: "Queres entregar já a tua carta de despedimento? É que para o teu lugar arranjo 100 já na próxima hora e ainda ganham menos que tu". E porque o vizinho do lado também não me quer, ele quer é despedir os que lá tem. E agora faço o quê? Contento-me com o que tenho (que não tenho NADA) ou hiberno de uma vez por todas e esqueço que pertenço a este cantinho cada vez mais triste e deprimente?

Tudo é culpa da puta da crise. E tenho eu que andar a tapar os buracos dos outros. Eu não ando a viver, ando a sobreviver. E sabem o que é mais triste Excelentíssimos Senhores? É que me sinto culpada por ter trazido ao mundo uma criança indefesa que já vai ter que sofrer com o sofrimento dos próprios pais.
 

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